A demissão em massa da equipe esportiva da Diário de Natal/Rádio Poti Clube AM ainda está rendendo.
Os ABCdistas em geral se mostram inconformados com o fato de que as vozes de Jorge Audi e toda a sua equipe foram forçadamente caladas, juntamente com a pena de vários profissionais, muitos dos quais dedicaram a vida àquela empresa.
Esse "choque de gestão" promovido pela Diário Associados é mais uma etapa do processo de recolonização da crônica esportiva potiguar. E não é a primeira.
A própria Cabugi AM foi pioneira, sendo colonizada pela Rádio Globo Brasil, e como podemos notar, o futebol local é forçado a dividir espaço com os times do RJ-SP-RS-MG. É asqueroso ver na resenha deles tocarem hinos dos times que nada tem haver conosco e terem que abreviar as resenhas pós-jogo de domingo para ter que cobrirem os clássicos das 18 horas. E os próprios profissionais não ajudam ao ficarem dizendo as predileções pelos times de fora (pecado cometido em menor grau pelos próprios ex-profissionais da Clube).
Nas tevês a coisa é mais sebosa ainda. A TV Cabugi desde 2005 está sob controle dos cariocas da InterTV e desde então a valorização ao RN caiu e muito. Lá também foram demitidos profissionais experientes de longa identificação com a empresa e em seu lugar colocaram meros cordeirinhos leitores de textos (com uma outra honrosa exceção, como a competente Liziane Virgílio), que tem a obrigação de serem os mais abreviados possíveis com os temas locais porque tem que dar prioridade ao noticiário nacional. E o colonialismo da filial da Globo é ridículo, principalmente quando você viaja para Recife ou Fortaleza e vê o campeonato pernambucano/cearense ser transmitido na telinha da vênus platinada nos sábados ou domingos, enquanto que aqui em Natal, quem fica em casa ou tem que assistir as surradíssimas reprises da Sessão de Sábado (em fins de semanas alternados passa o inédito "De Volta a Lagoa Azul" ou então algum filme policial de 5a categoria) ou os espetaculares "Flamengo x Galvão Mesquita"/ "Vasco x Ferro Cardoso Moreira"/"Botafogo x J.Resende"/"Fluminense x Pagode Madureira". A TV Tropical e a Ponta Negra/95 FM, a exceção do bom repórter Glauber Nascimento, acham que a bola é quadrada.
Sobram então a TV União, a SIM TV! e a equipe do Band Esportes em Ação, que são verdadeiros heróis na cobertura do futebol norte-rio-grandense e que soam como "estranhos no ninho". Dessas 3, apenas a União valoriza integralmente o futebol local, pois as outras 2 ainda são bastante amarradas e limitadas pelas diretrizes vindas de São Paulo, dando a impressão de que poderiam dar uma cobertura ainda melhor.
Em suma, a imprensa local - em especial a crônica esportiva - está sendo colonizada pelo eixo RJ-SP. O trabalho é no sentido de não mais valorizar o ABC e seus rivais estaduais, mas sim de exaltar os mengões, bambões, coringões e vascões da vida.
E a turma do Jorge Audi de uma certa forma era considerada subversiva a essa ordem colonizadora, simplesmente porque além de priorizarem o futebol local ainda davam espaço para o torcedor falar o que pensa, e os próprios profissionais tinham uma postura democrática e independente.
Enfim, reitero que nesse exato instante a cobertura do desporto potiguar é de uma pobreza franciscana.
Gustavo Lucena.
Os ABCdistas em geral se mostram inconformados com o fato de que as vozes de Jorge Audi e toda a sua equipe foram forçadamente caladas, juntamente com a pena de vários profissionais, muitos dos quais dedicaram a vida àquela empresa.
Esse "choque de gestão" promovido pela Diário Associados é mais uma etapa do processo de recolonização da crônica esportiva potiguar. E não é a primeira.
A própria Cabugi AM foi pioneira, sendo colonizada pela Rádio Globo Brasil, e como podemos notar, o futebol local é forçado a dividir espaço com os times do RJ-SP-RS-MG. É asqueroso ver na resenha deles tocarem hinos dos times que nada tem haver conosco e terem que abreviar as resenhas pós-jogo de domingo para ter que cobrirem os clássicos das 18 horas. E os próprios profissionais não ajudam ao ficarem dizendo as predileções pelos times de fora (pecado cometido em menor grau pelos próprios ex-profissionais da Clube).
Nas tevês a coisa é mais sebosa ainda. A TV Cabugi desde 2005 está sob controle dos cariocas da InterTV e desde então a valorização ao RN caiu e muito. Lá também foram demitidos profissionais experientes de longa identificação com a empresa e em seu lugar colocaram meros cordeirinhos leitores de textos (com uma outra honrosa exceção, como a competente Liziane Virgílio), que tem a obrigação de serem os mais abreviados possíveis com os temas locais porque tem que dar prioridade ao noticiário nacional. E o colonialismo da filial da Globo é ridículo, principalmente quando você viaja para Recife ou Fortaleza e vê o campeonato pernambucano/cearense ser transmitido na telinha da vênus platinada nos sábados ou domingos, enquanto que aqui em Natal, quem fica em casa ou tem que assistir as surradíssimas reprises da Sessão de Sábado (em fins de semanas alternados passa o inédito "De Volta a Lagoa Azul" ou então algum filme policial de 5a categoria) ou os espetaculares "Flamengo x Galvão Mesquita"/ "Vasco x Ferro Cardoso Moreira"/"Botafogo x J.Resende"/"Fluminense x Pagode Madureira". A TV Tropical e a Ponta Negra/95 FM, a exceção do bom repórter Glauber Nascimento, acham que a bola é quadrada.
Sobram então a TV União, a SIM TV! e a equipe do Band Esportes em Ação, que são verdadeiros heróis na cobertura do futebol norte-rio-grandense e que soam como "estranhos no ninho". Dessas 3, apenas a União valoriza integralmente o futebol local, pois as outras 2 ainda são bastante amarradas e limitadas pelas diretrizes vindas de São Paulo, dando a impressão de que poderiam dar uma cobertura ainda melhor.
Em suma, a imprensa local - em especial a crônica esportiva - está sendo colonizada pelo eixo RJ-SP. O trabalho é no sentido de não mais valorizar o ABC e seus rivais estaduais, mas sim de exaltar os mengões, bambões, coringões e vascões da vida.
E a turma do Jorge Audi de uma certa forma era considerada subversiva a essa ordem colonizadora, simplesmente porque além de priorizarem o futebol local ainda davam espaço para o torcedor falar o que pensa, e os próprios profissionais tinham uma postura democrática e independente.
Enfim, reitero que nesse exato instante a cobertura do desporto potiguar é de uma pobreza franciscana.
Gustavo Lucena.
2 comentários:
Parabéns pelo texto Gustavo. A radio AM de Natal e as resenhas estão indo para o vinagre.
Abraço.
Praticamente não há mais rádio esportivo potiguar...
Porque aquilo que a grobo faz é tudo menos jornalismo esportivo potiguar...
Sds Alvinegras.
Abecedista.
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