sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A degradação da Bola de Prata da PLACAR

Durante muito tempo, a Bola de Prata de PLACAR foi considerado um Oscar do Futebol Brasileiro. Era a principal premiação nacional que suplantou inclusive as premiações ditas oficiais (como o finado Prêmio Charles Miller, organizado pela CBF e Rede Globo que durou apenas 2 anos).

Ou seja, ganhar a Bola de Prata era sinônimo de orgulho tanto para o atleta como para o clube.

O ABC até hoje se vangloria da Bola de Prata que Alberi recebeu quando defendia as cores do Mais Querido em 1972. E a Frasqueira também se orgulha isso, pois a Bola de Prata sempre foi uma premiação na qual o contemplado passava por uma rigorosa avaliação dos mais gabaritados nomes da crônica esportiva brasileira.

Tirar nota 10 numa partida era algo raríssimo. Só me lembro de 2 casos: Júnior na Final do Brasileiro de 1992 (Flamengo 3x0 Botafogo) e Giovanni (na Semi-Final do confronto entre Santos 5x2 Fluminense).

No entanto, nos últimos anos, o Oscar do Futebol Brasileiro está cada vez mais desgastado e fútil.

Tudo porque as votações têm sido cada vez mais passionais e tendenciosas. Os critérios de avaliação ficaram cada vez mais subjetivos e suspeitos. Isso fica muito claro na premiação sistemática de Rogério Ceni ao longo desses últimos anos.

Esse ano foi o ápice da falta de critério. O goleiro do Movimento Cansei, OPS, São Paulo FC, ganhou a Bola de Ouro como o melhor jogador do Brasileiro 2008. Ficou notório que foi uma premiação de cartas marcadas. E nos outros anos só não levou a Bola de Ouro porque seria algo teratológico premiá-lo em detrimento de craques como Thiago Neves, Lucas, Petkovic, Rafael Sóbis e tantos outros que realmente fizeram a diferença. No entanto, ficava bem claro que os contemplados com a Bola de Ouro foram escolhidos a contragosto pela PLACAR.

Tal falta de critério já alçou-o a condição de 2o atleta mais premiado, perdendo apenas para Zico. Ele já passou gente como Júnior, Falcão, Cerezo, Romário e Edmundo, atletas que tiveram contribuições bem mais positivas do que o queridinho da mídia.

A vulgarização da premiação foi tão patente que nessa temporada os holofotes se viraram para a Premiação da Globo-CBF, que escolheram Hernandes como o craque do ano. E como goleiro, o contemplado foi o Vitor do Grêmio.

No entanto, isso tudo reflete o momento ruim por que passa a imprensa brasileira em geral. A PLACAR depois da saída de Juca Kfoury virou um xeleléu de Rogério Ceni, Kaká e outros queridinhos. Só faz bajulá-los. Não cumpre a função de informar e pesquisar sobre o futebol brasileiro. Nem Tabelão a revista traz. Tá igualzinho a sua irmã VEJA em termos de jornalismo de penico.

Gustavo Lucena.





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1 comentários:

Anônimo disse...

Gustavo, há muito tempo que não leio a Placar, mas, pelo que vc tá dizendo e pelo que vejo na net, será que o Lance não está ocupando o lugar da Placar?

Valeu.

Abecedista.