terça-feira, 30 de julho de 2013

O triunfo do autoritarismo e da preguiça sobre o diálogo, o debate e acima de tudo, o fortalecimento moral e institucional do ABC Futebol Clube

O pior da reunião não foi exatamente a aprovação do contrato, mas sim a forma como todo o processo se deu, sem qualquer oportunidade e tempo hábil para que o Conselho pudesse analisa-los com mais calma e descobrir eventuais pegadinhas abusivas do contrato. 

E muitos desses pontos obscuros foram levantados ao longo da reunião e não foram esclarecidos. Apenas eu cogitei na minha fala a possibilidade do ABC FC apresentar uma contraproposta, feita de acordo com a realidade de um clube que tem um estádio próprio, até porque, se vocês não sabem, a proposta de contrato nada mais é do que uma cópia da que foi apresentada ao América, moldada a realidade do rival, mesmo sabendo que a realidade do ABC é totalmente diferente da do América. 

 Tínhamos mais moral e força institucional para negociar de igual para igual com a OAS. Mas a preguiça venceu o desejo de se criar. O que custava mais umas reuniões para estudarmos contrato e deixa-lo melhor amarrado, livre daquelas pegadinhas de rodapé.

O contrato foi aprovado as cegas. Como Conselheiro senti uma tremenda violência moral na forma como o contrato foi aprovado. 

Com todo o respeito, aqueles que votaram a favor do contrato deram um cheque em branco. Faltou bom senso e sobrou gula e ânsia por míseros R$ 2 milhões que em teoria serão pagos depois de amanhã, sobre o patético argumento de que esse quantum salvará o ABC da degola.

Meu direito e o direito dos Conselheiros em ler com cuidado cláusula por cláusula, o direito das Câmaras Setoriais em dar seus respectivos pareceres, o direito em corrigirmos os pontos obscuros foram atropelados e tolhidos.

E por fim, quero deixar meu repúdio a imprensa que ridicularizou e menosprezou aqueles que apenas desejavam exercer o direito de debate e estudo de um contrato que modifica substancialmente o futuro do ABC. E de quebra, ainda têm a cara-de-pau em dizer que a decisão de ontem foi democrática, mesmo sem ter ido lá, mesmo sem conhecer a fundo o que aconteceu ontem e nos últimos dias.

É meu desabafo.

Gustavo Lucena
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1 comentários:

Plínio Altoé disse...

Faço questão de comentar. Estou triste, decepcionado e sem o menor tesão de acompanhar o ABC. Tudo graças a essa patifaria que aconteceu ontem.


O que foi feito agora é semelhante, senão pior, que o América em 1995-96, quando vendeu o terreno onde hoje é o Hiper da Roberto Freire. A troco de quê? Fez um time, subia para série A e agora, quase 20 anos depois, não tem casa pra jogar, não tem time, não tem nada, só um bando de babacas vermelhos que se acham superiores por estar na frente do ABC na famigerada série B/13.


2 milhões vai servir de PN. Vão contratar um bando de pernas de pau a salários ronaldescos que virão a Natal tomar cachaça e desvirginar as virgens de Ponta Negra. Se muito, vão se esforçar um pouco para que o ABC saia da lanterna. Ano que vem começa toda batalha da série C. Aonde? Na toda poderosa, salve, salve, Arena das Dunas? óóóóóó.


Tiro no pé.


Anotem o que digo, eis os frutos:


a) rebaixamento
b) dívidas com atletas (apenas na carteira de trabalho)
c) abandono do frasqueirão
d) diminuição do número de sócios/inadimplência
e) diminuição ou até extinção da renda dos bares do frasqueirão
f) no primeiro ano, ficar fora do G20 da timemania
g) no segundo ano, ficar fora do G30 da timemania


Só alguns fatores que pude me lembrar. Mas ainda vai ter muito mais que isso, podem esperar.