O Campeonato Brasileiro vive um
momento ímpar em toda a sua história. Talvez nunca a competição nacional tenha
ganhado tanto destaque no cenário internacional, isso também graças ao fato do
Brasil ser sede da Copa do Mundo FIFA 2014. Na contramão dessas conquistas, os
cartolas brasileiros conseguem agir de forma cada vez mais amadora fazendo com
que nossos clubes não aproveitem todo o potencial do forte futebol brasileiro.
São várias ações que impedem o
crescimento do nosso futebol, contudo todas tem a gênese em uma questão
central: de quem é o Brasileirão? A resposta não é das mais fáceis, mas uma
análise esmiuçada leva a crer que a competição é apenas organizada formalmente
pela CBF, porém é de fato pelas Organizações Globo. Tal modo de gerir a competição
nacional é por demais diferente das principais competições mundiais.
O poder do conglomerado da
família Marinho sobre os clubes nacionais foi fortalecido com a implosão do
Clube dos 13 (C13) e da Futebol Brasil Associados (FBA), empresas que geriam
comercialmente o Campeonato Brasileiro Série A e Série B, respectivamente. O
primeiro deu-se em virtude da possibilidade da primeira licitação – de forma
transparente e vantajosa para os clubes – do direito de transmissão da
competição em sua divisão principal. A Globo preferiu não participar do
processo licitatório e negociou individualmente com os clubes. Milhões de reais
foram para o ralo. Os prejuízos reais para os clubes surgiram meses depois.
Já a FBA desapareceu depois de um ato
autoritário da CBF. A entidade maior do futebol nacional, presidida na época
pelo inescrupuloso Ricardo Teixeira, revogou os direitos de a FBA negociar a
transmissão da Série B. Agora a CBF quem faz as negociações sem oportunidade de
participação dos clubes no processo.
Após a eliminação desses
atravessadores – que eram aliados da Globo, mas podiam a qualquer momento gerar
problemas para emissora como ocorreu com o C13 – houve uma um expansão da
apropriação desse gerenciamento sobre a competição. As Organizações Globo
transmitem os jogos do Brasileirão – através dos canais Globo, Sportv e PFC -;
tem o direito de sublicenciar tais direitos, como ocorre com a parceria feita
com a Band; negociar individualmente com clube os valores referente aos
contrato de direito de arena nas plataformas TV Aberta, TV Fechada, pay-per-view, Internet, Celular e TV
Internacional; define as regras relacionadas a possibilidade de venda de nome
dos estádios utilizadas na competição para empresas; define os valores
recebidos por clube a título de premiação; gerencia e explorar comercialmente o
fantasy game da competição (Cartola
FC) sem, salvo juízo de melhor valor, repassar valores algum para os clubes e organiza,
junto com a CBF, a festa “Craque do Brasileirão”, onde se escolhe os melhores
da competição e se premia os campeões (todo processo de votação é feito através
do GE.com). Já a CBF elabora (será mesmo?) e divulga a tabela e regulamento da
competição.
Essa forma de organização do principal
nacional do mundo está muito distante da forma ideal. É óbvio que não pode a
CBF representar aos clubes frente às empresas. Tal representação deveria
ocorrer por meio de uma liga independente formada pelos clubes disputantes da
competição. É difícil entrar em minha mente que os dirigentes da CBF estejam
preocupados com a situação financeira periclitante que passa os nossos clubes.
Os interesses dos clubes devem ser defendidos pelos próprios clubes.
Se não deve fica a cargo da CBF o
gerenciamento comercial da competição máxima, imagine quando se encontra nas
mãos de uma empresa. É um verdadeiro suicido. O acordo comercial, mas parece um
conchave. Os interesses particulares parecem ser o objeto.
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1 comentários:
A RedeTv! venceu a licitação do Clube dos 13 Tv Aberta, como única participante. E a ESPN Brasil participaria da Licitação para Tv Fechada e com certeza colocaria uma proposta alta.
Eu tenho certeza que se a RedeTv! tivesse consolidado a vitória no clube dos 13, iria transmitir o máximo número de jogos que podesse. Tenho certeza que teríamos 2 jogos na quarta e 2 na quinta em bons horários e também 2 jogos aos sábados e 2 aos domingos.
Se a ESPN Brasil tivesse participado e vencido a licitação para a Tv Fechada seria ainda melhor, pois tem 3 canais e teria a possibilidade de passar 3 jogos ao mesmo tempo. O Pay-Per-View do PFC iria morrer junto com os canais SporTv sem o seu principal produto.
Infelizmente a Globo mexeu os seus pauzinhos e conseguiu fazer aquela sujeirada toda pra manter os direitos de transmissão. O CADE fez vistas grossas, e o ministério público não se movimenta para acabar com esse monopólio
Infelizmente quem quiser assistir o jogo do seu time de coração terá que pagar 70 reais pelo PFC, um absurdo.
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