Toda
vez que o ABC está para iniciar a Série B, sempre ascende a discussão no seio
da torcida sobre qual papel o time deve desempenhar na competição.
É
evidente que, quem está na Série B deve ter como meta subir para a Série A e
isso deve ser transmitido pela diretoria aos torcedores e a imprensa. E a
presidência do clube está fazendo sua parte, com Rubens Guilherme demonstrando
otimismo, mesmo com o futebol passando por um momento crítico com a mudança de
treinador e a necessidade de se efetuar mudanças profundas no elenco.
Mesmo
assim, é sempre forte a corrente de que o ABC deve se satisfazer com a simples
permanência na Série B porque não tem estrutura para disputar a Série A. Citam
sempre o exemplo vexatório dos encarnados em 2007.
Sou
adepto da primeira corrente. Se o ABC está na Série B deve ter como foco o
acesso. A briga pra permanecer somente quando as chances se cessarem por 100%.
No
entanto, é preciso ter os pés bem fincados no chão.
De
fato, para subir a Série A e se manter por lá, é preciso que o ABC se reformule.
Além de melhorar a estrutura física e logística, é preciso acima de tudo uma
mudança de mentalidade.
Financeiramente
falando, o ABC teria imensas dificuldades, pois com o fim do Clube dos 13, as
negociações individuais com a Globo tendem a ser mais desvantajosas, já que ela
pode até pagar mais para os ex-membros do C-13, mas paga menos para os que não
participavam da turma. Ceará, América-MG e Atlético-GO tiveram enormes
dificuldades para fechar contrato com a Vênus Platinada. Segundo a diretoria do
Náutico, eles fecharam um contrato de R$ 18 milhões, contra R$ 100 milhões de
Flamengo e Corinthians. Embora ambos os valores sejam maquiados, conforme já
foi apurado recentemente, a diferença é esse abismo aí.
Com
isso, para superar a desvantagem econômica, é preciso acima de tudo
criatividade na hora de estruturar.
A
melhoria nas categorias de base é o caminho mais natural. O trabalho iniciado
na gestão de Judas Tadeu, porém deu uma estagnada e o ABC já não revela mais
jogadores e nem consegue mais arrecadar dinheiro com a negociação das
revelações. Ou então não dar o devido valor aos garotos. Ontem mesmo Wellington
pediu rescisão e especula-se que o ABC não ganhou nada com isso. E o jogador
sai pela porta dos fundos e sem ser devidamente lapidado e valorizado. Além de
retomado, tal trabalho precisa ser revitalizado. Qual o estímulo que um jogador
de 15 anos tem em saber que, ao entrar na idade profissional, não terá chance
alguma na equipe principal?
Além
do trabalho de base, é preciso investir numa boa equipe de garimpeiros de
talentos, pois sempre existem jogadores com potencial escondidos nos rincões do
Nordeste.
Investindo
nessas duas frentes, a política de contratações tende a ser mais qualificada.
Certa vez o Leonardo Arruda me falou no twitter que a melhor política é
contratar poucos atletas com qualidade e complementar o elenco com jogadores da
base. O ABC tá contratando jogador para ser reserva e apenas compor elenco. E
em muitos casos esse atleta sequer chega a ser relacionado. Isso aconteceu com
frequência na era Leandro Campos, quando Vitor Hugo, Everton Sena e Jadson Sapé
sequer foram utilizados. Paralelamente a isso, jogadores de má qualidade
técnica tinham muitas chances, num verdadeiro insulto a Frasqueira.
A
atual política no futebol do ABC enfim, não levará o clube a Série A. Ou se
levar, terá imensas dificuldades, pois a mentalidade dos que comandam o futebol
é ultrapassada e equivocada.
Mesmo
assim, o ABC tem que lutar pelo acesso até cessarem as chances matemáticas, e
paralelo a isso, precisa reestruturar o departamento de futebol para sobreviver
na elite.
Gustavo
Lucena
4 comentários:
Acabou esse tempo de futebol ser só Rio e São Paulo. Hoje muita gente quer ver e torcer por nossos clubes do estado, mas se só temos jogo de fora, muitos vão continuar torcendo pelos times que estão vendo. Depois Vão dizer que nosso torcedor só quer ver futebol carioca e vão perguntar por que nosso futebol não cresce. Vamos pensar grande e mostrar nosso futebol que tenho certeza que vamos evoluir tanto no futebol quanto na parte financeira. Mas quem pensa pequeno, vai viver sempre num mundinho limitado.
BLOG DO MÚRCIO - http://edmurcio.zip.net/
eu concordo plenamente quando se fala cque os times grandes daqui do RN não tem estrutura boa para disputar uma série A... Mas não acho certo usar como argumento para isso a campanha que as paquitas fizeram em 2007, pois naquele tempo elas estavam trocando de presidente de mês em mês, não fizeram um bom planejamento para a competição, eu nao acho muito difícil arrumar patrocínios (mesmo que não sejam muitio altos) quando se está na série A, tava tudo bagunçado em japecanga naquele tempo... e olhe que eu nem falei em elenco
ESTOU TOTALMENTE A FAVOR DESTE COMENTÁRIO. ASSINO EMBAIXO. ACHO QUE DEVEMOS NOS PREPARAR ANTES E DEPOIS SUBIR.
Fazer futebol é muito difícil. Para um Santos contratar é difícil imagine como é mais difícil para clubes nordestinos que ficam sempre com a sobra dos poderosos. Borges está na reserva do Santos, mas pense em trazê-lo para qualquer time do Nordeste. Não tem como. R$ 500.000,00 por mês. Então indico dois que estão encostados no Flamengo: Junior César e Maldonado. Vão dizer que ainda é muito caro e são velhos. Indico jovem: o meia Luiz Antônio, jovem revelação do Flamengo. Aí o Flamengo é que não vai liberar. Então só vai nos restar a sobra da sobra, que é o que sempre trouxemos. Quem sabe entre uns vinte destes, aparece um "Basílio".
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nós só vemos jogos de Flamengo e Vasco aqui no RN por causa da venus platinada, ela não televiona para cada estado os jogos dos seus times pra não ter prejuízo no Pay-Per-View, tem que pagar pra ver, tudo sempre o dinheiro metido no meio... por isso que nunca assistimos o ABC na série B em tv aberta... Fora a sacanagem que é o PFC, estava pesquisando os preços da série B, e é 90 conto. A maioria dos torcedores não tem condição de pagar isso tudo...
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