terça-feira, 8 de março de 2011

Os elefantes brancos de 2014: Existe soluções?

Na última semana foi divulgado amplamente na imprensa que algumas sedes correm sérios riscos de se tornarem elefantes brancos. Algo totalmente previsível desde o dia em que a FIFA divulgou as 12 sedes.

Não adianta mais debater sobre quais sedes e estádios serão elefantes brancos.

Até porque alguns elefantes brancos em potencial como Brasília, Cuiabá e Manaus já estão com as obras em estágio avançado.

O centro da discussão agora é descobrir soluções para que tais equipamentos não fiquem ociosos.

Na minha opinião, para Manaus, Cuiabá e Brasília será preciso desenvolver o futebol nas referidas localidades, propiciando um calendário de competições alternativo capaz de colocar os clubes dessas regiões em evidência no cenário nacional, já que nessas regiões os clubes locais estão na melhor das hipóteses escondidos nas Séries C e D.

Além disso, precisa haver uma campanha educativa para incentivar a população local a torcer pelos clubes locais.

Só que para isso, é preciso que eles disputem competições rentáveis e atrativas, que desenvolvam o futebol da região.

Já em outras cidades como Natal e Recife, será preciso convencer os clubes locais a atuar nas novas arenas e se possível administrá-las. E em ambos os casos a situação é complicada.

Aqui em Natal, o ABC tem o Frasqueirão e já existem planos para ampliar a capacidade para 30.000 lugares, inviabilizando por completo qualquer hipótese de usar o Arena das Dunas. Já os demais clubes de Natal parecem não ter condições financeiras para administrar o estádio.

Em Recife, será preciso convencer um dos 3 clubes a abrir mão de suas tradicionais casas para adotar a nova arena. O Sport com certeza não abre mão da Ilha do Retiro, assim como o Santa Cruz não quer jogar em um estádio cuja capacidade é menor que a do Arruda. Talvez o Náutico fosse se interessar por jogar lá, mas é dos grandes o que tem menos torcedores e esses por sua vez vêem o Aflitos como um caldeirão capaz de fazer a diferença em favor do time.

Enfim, parece que existem poucas soluções no campo futebolístico para salvar tais estádios.

E vocês leitores, o que acham?

Gustavo Lucena
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2 comentários:

Diego Ivan disse...

Sobre Recife:

O governo do Estado fez constar em documento que os grandes da cidade utilizarão o Estadio pelo menos uma vez no mês ou algo assim.

Acho que isso só foi possível pq tudo lá é na base da godela da troca de notas fiscais por ingresso.

Sobre os elefantes brancos:

Não se engane, Salvador, Natal e Recife no Nordeste. Manaus no Norte e Cuiabá no Centro Oeste, serão Estádios para pouco ou nenhum futebol.

O que farão com Pituaçu?

Será que esses outros Estádios, mesmo com futebol para de 1000 a 5000 pagantes, terão como serem mantidos. A menos que se considere 5000 espectadores um grande publico.

Serão elefantes brancos, como o Machadão/RN, o Morenão/MS, Vivaldão/AM, Albertão/PI, Ameidão/PB e tantos sempre foram e sempre serão independente de ter uma copa aqui ou não.

A pergunta é se vale realmente a pena fazer a Copa do Mundo no Brasil. Eu ainda digo que sim, mas por motivos muito além do futebol.

Ver comentário ver comentário no vídeo da Rússia 2018.

Diego Ivan disse...

Tinha esquecido:

Fomentar o esporte de modo geral tem que ser a partir da pratica esportiva na base. Sem isso, o País permanecerá sem cultura esportiva consolidada. Dependerá sempre de politicas esportivas que são somente assistencialosmo barato.

A cultura esportiva é algo que permite a compreensão do que é o mérito esportivo. É saber apreciar os níveis de competição, é entender o esforço e o valor de uma conquista.

Politicas esportivas aplicadas na base são geralmente de longo prazo, a curto prazo nada surtirá efeito duradouro.

A mecânica do nosso futebol não está errada na ponta, mas sim na base.

Não há formula milagrosa que transforme uma cidade de sedentários como Natal em uma meca esportiva. E isso vale para as outras, já que todas elas não tem nenhuma tradição esportiva.

A massificação do esporte é a solução e depende de politicas publicas, e não de bolsas isso ou aquilo, que só atendem a ponta sem de fato resolver o problema.

Abraço!!!