sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

ABC, Clube de Empresário


Volto a tecer umas linhas no BPA depois de um bom hiato de fim de ano (Diego Ivan, o visual o blog tá massa!). Conforme falei na minha última coluna, ando em um processo de desânimo para com as coisas do ABC FC. Alertei também que 2014 estava se tornando um repeteco do que vem acontecendo desde 2011 no que tange ao futebol.



Esse ano só assisti ao jogo contra o Alecrim e o futebol apresentado foi tão pífio que coloquei a peleja em segundo plano.

Não fui ao Frasqueirão domingo passado e só ontem quando regressei de viagem soube do vexame de Ceará-Mirim, e nem me abalei, haja vista que já era algo que particularmente eu esperava.

Não me surpreende o que está acontecendo com o ABC dentro e fora de campo. Contratar quase 30 jogadores - em sua maioria esmagadora de qualidade duvidosa - para encarar um Estadual é uma política irresponsável e de má-fé. É um erro que reincide pela 3ª vez seguida. Se em 2012 foi um erro de cálculo e de planejamento, e em 2013 foi burrice pura, em 2014 fica a impressão de que foi má-fé, sacanagem pura com o patrimônio financeiro do clube, para atender interesses obscuros.

Qualquer torcedor sabe que, na atual situação financeira, o ABC deveria montar um time barato, recheado de jogadores das bases - não são muitos - e atletas do próprio RN. Ainda sobraria dinheiro para contratar 1 ou 2 atletas realmente diferenciados para serem os referenciais do time.

Ouso dizer que, se o ABC tivesse, p. exemplo, mesclado os melhores atletas do Globo com os destaques da base e mais 1 ou 2 medalhões, estaria nadando nessa fase preliminar de braçada e ainda teria uma folha de pagamento bem mais enxuta. 

E não é apenas dentro de campo, fora dele são ações trabalhistas que pipocam a todo o vapor, a bolsa-Arena vem sendo bloqueada para pagar tais dívidas. Tudo para deixar o ABC com uma mão à frente e outra atrás para que apenas com a pura e simples alienação patrimonial seja possível se livrar dos débitos.

Além do mais, agora chegam com essa história de que o CT deve sair de Ponta Negra, uma senha perfeita para que a especulação imobiliária arrombe de vez as portas do Complexo Vicente Farache. Não se engane não, a proposta que irá ao Conselho será a construção de um CT bem longe em troca de uma fatia bem generosa da sede social do clube.

Em síntese, como podemos ver, de 2011 pra cá o ABC se tornou um verdadeiro balcão de negócios, o paraíso dos empresários dispostos a sugar cada centavo que a instituição representa. Tá tudo dominado, desde o futebol aos terrenos, passando pelo programa de Sócio-Torcedor. A meta é essa, enriquecer as custas do enfraquecimento do clube.

E todos os sonhos de vermos um ABC Grande, Autossustentável e rico não existem mais. Os dirigentes que comandam o clube querem deixá-lo pobre, dependentes de caridade dos "abnegados" e agora servem até de plataforma para eleger político sem mandato e sem expressão alguma.

Acho até que deveriam mudar o hino do clube, ao invés de "Clube do Povo", deveria se chamar "Clube de Empresário". Ficaria menos hipócrita, já que o povão há muito tempo foi expulso do ABC.

Gustavo Lucena

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2 comentários:

José Wilson disse...

Torcedor indignado. Caro colega, leio as notícias do seu blog diariamente.Assino embaixo de tudo que vc disse. Olhe o que aconteceu comigo agora: renovei em 03 de janeiro o meu sócio e me disseram que entregariam a carteirinha em 5 dias. Não fizeram; ai fui agora a tarde pegar a carteira, e para minha surpresa uma fila enorme e o pior, passei uma hora e meia em pé e a fila não andou um passo. Me aborrreci e fui embora. Assim, mesmo sendo sócio não vou poder assistir ao jogo no domingo e olhe que paguei pelo ano inteiro. Tô p. da vida, pois esse é o tratamento que estão dando ao sócio, imagine quem não é.

diegoivan1982 disse...

Gustavo tá de parabéns,