quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A categoria de base é do ABC ou não?

Fui ontem ao Frasqueirão ver a patética apresentação do ABC diante do Bahia pela Copa do Brasil sub-20. A eliminação para os baianos era algo previsível, levando o investimento financeiro das duas agremiações nas bases em consideração. O que me preocupou foi à qualidade do nosso time, ou a falta dela.

Sabendo que mesmo modesto, o investimento na formação dos jovens talentos quando bem feito, resulta em jogadores para o time principal. Coisa que não vem acontecendo nos últimos anos.

Sendo direto e bastante sincero, somente dois jogadores que vi ontem poderão vir a vestir a camisa do ABC no futuro. O atacante Romarinho e o zagueiro Mael. O Romarinho é muito rápido, mas está longe de ser hoje opção para o time principal. O Mael que já foi relacionado para jogos da Série B, demonstrou uma falta de vontade, uma preguiça, que foi flagrante.

Outro detalhe, até quando os times de base do ABC serão montados no 3-5-2? Este maldito esquema não consegue formar ninguém, quando consegue os zagueiros são lentos, laterais não marcam e meias que não armam.

Fechando a tampa do caixão; o camisa 10 do Bahia, que foi um dos destaques do jogo, passou pelo ABC mas acabou indo para Salvador.

 A quem interessa manter as bases como balcão de negócios?

Não se revela ninguém a um bom tempo. Jovens jogadores de outros Estados vem a Natal jogar no ABC sem a menor qualidade técnica. Não dão certo em São Paulo(centro do futebol de base), e acabam por aqui. Ainda por cima os atletas locais que fazem peneiras tem que responder a uma famigerada pergunta; “quem te mandou aqui?”.

Afinal de contas, a quem pertence à categoria de base do ABC?
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2 comentários:

Luciano disse...

Ouvi dizer que até jogador "novo" tinha entrado no time! Resta saber quem é o empresário dele para descobrimos o caminho das pedras. Lamentável essa lei pelé que acabou com o nosso futebol e enche os bolsos desses empresários escrotos!

Gustavo Dire Straits Lucena disse...

Ia escrever sobre isso, mas o Diego Ivan se antecipou, apenas complemento o raciocínio.

Em janeiro, assisti Cruzeiro x ABC na Copa SP. Era notório que o time era formado por garotos de porte físico preocupante, muito magros, sem qualquer trabalho de musculação. Além da fragilidade, percebe-se a falta de condicionamento físico.

Eu no meu auge dos 32 anos e 90 e poucos quilos (obra única da minha péssima alimentação regada a pizza, sanduba, sorvete, chocolate e refrigerante, pois faço atividades físicas regularmente), sinto que tenho mais vigor físico que a gurizada.

Me pergunto: a quem interessa a desaceleração nos investimentos nas categorias de base? É notório que comparando as gestões Judas Tadeu e Rubens Guilherme, as bases tinham mais prestígio e produziam melhor sob a tutela do primeiro. A saída de Didi Duarte ano passado pode ser sintoma dessa desaceleração.

O ABC deixou de ser um clube formador para ser um "partido de aluguel" p/ empresários como Flávio Anselmo, Paulinho Freire, Alex Fabiano e Ademir Fonseca.

Além das bases estarem sucateadas, os melhores nomes que surgem são logo aliciados por empresários que têm livre trânsito no Complexo Vicente Farache: Felipe Bezerra e Denner nem vestiram a camisa do sub-18 e já estavam fora daqui. Alvinho já nem pertence mais ao clube, teve seu passe comprado por Alex Fabiano, e talvez nem jogue mais pelo ABC.

Em suma, as cat. de base encontram-se abandonadas, e os garotos que estão lá, além de mal preparados, tem perspectiva zero de ser promovido ao time titular. E o time principal do ABC está entregue a empresários que povoam o time de jogadores tão ruins ou piores que os pratas-da-casa.

E eu me pergunto: a quem interessa esse panorama?