1-A FNF acerta em manter o horário do jogo do ABC para as 20:30hs. Afinal, ela atende ao melhor interesse do clube, pois um jogo marcado para as 15:30 horas ficaria esvaziado em termos de público. Ainda que o jogo à noite tenha caráter amistoso, o público naturalmente seria maior se comparado com o jogo em turno vespertino.
2-A FNF errou quando na confecção da tabela marcou a última rodada do turno para o meio de semana e ainda por cima colocou um jogo num estádio que não tem a mínima condição para receber um jogo de futebol profissional.
3-Sobre a fórmula de disputa do Estadual, considero que ela é uma das melhores, senão a melhor dentre todos os estaduais brasileiros. Prioriza a meritocracia do clube mais competente e, para dar uma pitada de emoção e uma arrecadação-extra, dar brecha para a realização de 3 finais.
4-Tudo muito simples e de fácil compreensão, desprezando-se as fórmulas rocambolescas do Campeonato Carioca, os mata-mata entre o 1º e o 8º e os famigerados grupo da capital e grupo do interior.
5-A fórmula de disputa não é a culpada pela incompetência e o amadorismo dos clubes interioranos. Para 2012, poderiam aprimorar a disputa, extinguindo-se as finais de virada de turno, e colocando apenas 1 final entre os 2 melhores colocados na somatória dos pontos obtidos em 2 turnos, desde que tal diferença ficasse apenas nos 3 pontos.
6-Nessa semana reascendeu o debate sobre a viabilidade dos Campeonatos Estaduais. Tudo porque o programa "Esportes em Debate" da Rádio Cabugi colocou o tema na pauta. Fernando Amaral e Pedro Neto colocaram o dedo na ferida ao apontar os inúmeros defeitos da competição e ainda por cima declararem que tais competições estariam com os dias contados. Gabriel Negreiros e Dionísio Outeda, via twitter, disseram que a 98 FM também realizará esse debate ao término da competição.
7-Com a ferida sangrando, gente como Jorge Aldir e Ricardo Silva logo trataram de aparecer para estancar a hemorragia, fazendo defesas apaixonadas, como se o Estadual do RN fosse o suprassumo do futebol mundial. Inclusive sobrou até para o Juca Kfouri e a imprensa sulista que, segundo os defensores apaixonados dos Estaduais, estariam querendo acabar com o futebol nordestino.
8-Feito esse "relatório", passo a expor minha opinião nos parágrafos a seguir.
9-Este dublê de blogueiro adora ver o ABC ser campeão de qualquer competição. E sempre se faz presente na maioria dos jogos do Mais Querido. Ver o ABC jogar é um entretenimento no qual se pode ver amigos, trocar idéias e confraternizar com desconhecidos os gols e os momentos de desgosto a cada pixotada. Independentemente se o Campeonato é Estadual ou Nacional.
10-Este dublê de blogueiro também faz análises sobre a conjuntura das competições de futebol no Brasil e chega a conclusão de que o calendário brasileiro é uma aberração. O calendário é excessivo para alguns e é magro para a grande maioria. Enquanto que 40 clubes possuem calendário abarrotado, com férias abreviadíssimas e uma pré-temporada ridícula, a maioria dos clubes brasileiros ficam sem ter o que jogar por 6, 7 e até 8 meses porque a cbf não sabe organizar o futebol brasileiro.
11-Sou totalmente a favor da manutenção dos Estaduais, porém não desse arremedo que está aí e que só dura 4 meses e imprensando e comprometendo as férias e a preparação física dos atletas, além de vampirizar os clubes grandes. A nível de RN, o ABC de uns tempos pra cá virou uma espécie de trem-pagador da competição, além de ser o Satanás dos clubes interioranos por causa das arbitragens.
12-Os Estaduais deveriam ser competições longas e estruturadas, disputadas basicamente em 2 fases: na 1ª fase apenas os clubes não inseridos nas Séries A, B e C disputariam a competição, e estariam em jogo vagas para a Série D (outra competição que precisa ser repensada) e Copa do Brasil; já a 2ª fase seria disputada no meio ou mesmo no final da temporada, onde entrariam os clubes das Séries A, B e C (sempre lembrando que essas competições seriam disputadas paralelas aos Estaduais e todas elas em pontos corridos) para decidir o título e a outra vaga na Copa do Brasil.
13- O argumento de que sem os grandes clubes os Estaduais morreriam é facilmente vencível.
14-Primeiro porque pela ideia que expus, os grandes clubes apenas seriam poupados de disputarem maratonas de jogos que muitas vezes não teriam grande valia.
15-Segundo porque caberia a Federação organizadora e aos próprios clubes motivarem o Estadual. Vejamos no caso do RN: Com o ABC e o rival focados nas Séries B e C, sem disputar o Estadual num primeiro momento, em tese já haveria uma motivação natural nos clubes do interior, pois teriam mais chances de ser campeão, porque não encontrariam logo de cara clubes com um maior poder econômico, midiático e técnico pela frente. As rivalidades entre os clubes mossoroenses ganharia uma nova amplitude, o futebol do Seridó poderia ressurgir com o Coríntians, o Caicó e o Potyguar-CN e assim vai. Caberia aos clubes do interior e ao marketing da própria Federação estimular tais rivalidades nas populações locais.
16-Terceiro, com a criação de uma fase final decisiva, envolvendo os clubes inseridos nas Séries A, B e C mais os melhores da 1ª etapa, as arrecadações aumentariam. É o momento ideal para os clubes fazerem caixa com boas bilheterias. Só que para isso é preciso um trabalho monstruoso de marketing por parte da Federação, que teria um papel ainda maior na valorização do Estadual.
17-Outro ponto que precisa ser refletido é a (falta de) estrutura dos clubes potiguares. Cada vez fica patente que não foram Coríntians, Potiguar-M, Baraúnas e ASSU que ganharam estaduais e sim que ABC e o rival abusaram da incompetência e perderam tais competições. Quais desses clubes interioranos deram um salto de qualidade em suas estruturas e obtiveram sua independência perante o Poder Público? A exceção do excepcional desempenho do Baraúnas na Copa do Brasil de 2005, quais desses clubes entraram nas competições nacionais com ambição de irem longe? Por que toda vida que chega a hora de escolher um representante do Estado para a Série D sempre há dificuldades?
18-A esses clubes só restam 2 alternativas: ou humildemente reconhecem que são amadores, que não possuem condições de pagar atletas profissionais, que só dependem da boa vontade do alcaide de plantão para sobreviver e voltam para as suas origens, disputando torneios regionalizados; ou passam a encarar o futebol com maior seriedade, tendo maiores ambições e procurando montar uma estrutura pequena, mas duradoura. O caminho seria montar times com jogadores jovens da região e de baixo custo, sob a tutela da Federação.
19-Por fim reitero: os Estaduais não podem ser extintos, no entanto, a atual estrutura no calendário está tornando-o inviável e prejudicial para todos. Principalmente aqui no RN.
Gustavo Lucena
2-A FNF errou quando na confecção da tabela marcou a última rodada do turno para o meio de semana e ainda por cima colocou um jogo num estádio que não tem a mínima condição para receber um jogo de futebol profissional.
3-Sobre a fórmula de disputa do Estadual, considero que ela é uma das melhores, senão a melhor dentre todos os estaduais brasileiros. Prioriza a meritocracia do clube mais competente e, para dar uma pitada de emoção e uma arrecadação-extra, dar brecha para a realização de 3 finais.
4-Tudo muito simples e de fácil compreensão, desprezando-se as fórmulas rocambolescas do Campeonato Carioca, os mata-mata entre o 1º e o 8º e os famigerados grupo da capital e grupo do interior.
5-A fórmula de disputa não é a culpada pela incompetência e o amadorismo dos clubes interioranos. Para 2012, poderiam aprimorar a disputa, extinguindo-se as finais de virada de turno, e colocando apenas 1 final entre os 2 melhores colocados na somatória dos pontos obtidos em 2 turnos, desde que tal diferença ficasse apenas nos 3 pontos.
6-Nessa semana reascendeu o debate sobre a viabilidade dos Campeonatos Estaduais. Tudo porque o programa "Esportes em Debate" da Rádio Cabugi colocou o tema na pauta. Fernando Amaral e Pedro Neto colocaram o dedo na ferida ao apontar os inúmeros defeitos da competição e ainda por cima declararem que tais competições estariam com os dias contados. Gabriel Negreiros e Dionísio Outeda, via twitter, disseram que a 98 FM também realizará esse debate ao término da competição.
7-Com a ferida sangrando, gente como Jorge Aldir e Ricardo Silva logo trataram de aparecer para estancar a hemorragia, fazendo defesas apaixonadas, como se o Estadual do RN fosse o suprassumo do futebol mundial. Inclusive sobrou até para o Juca Kfouri e a imprensa sulista que, segundo os defensores apaixonados dos Estaduais, estariam querendo acabar com o futebol nordestino.
8-Feito esse "relatório", passo a expor minha opinião nos parágrafos a seguir.
9-Este dublê de blogueiro adora ver o ABC ser campeão de qualquer competição. E sempre se faz presente na maioria dos jogos do Mais Querido. Ver o ABC jogar é um entretenimento no qual se pode ver amigos, trocar idéias e confraternizar com desconhecidos os gols e os momentos de desgosto a cada pixotada. Independentemente se o Campeonato é Estadual ou Nacional.
10-Este dublê de blogueiro também faz análises sobre a conjuntura das competições de futebol no Brasil e chega a conclusão de que o calendário brasileiro é uma aberração. O calendário é excessivo para alguns e é magro para a grande maioria. Enquanto que 40 clubes possuem calendário abarrotado, com férias abreviadíssimas e uma pré-temporada ridícula, a maioria dos clubes brasileiros ficam sem ter o que jogar por 6, 7 e até 8 meses porque a cbf não sabe organizar o futebol brasileiro.
11-Sou totalmente a favor da manutenção dos Estaduais, porém não desse arremedo que está aí e que só dura 4 meses e imprensando e comprometendo as férias e a preparação física dos atletas, além de vampirizar os clubes grandes. A nível de RN, o ABC de uns tempos pra cá virou uma espécie de trem-pagador da competição, além de ser o Satanás dos clubes interioranos por causa das arbitragens.
12-Os Estaduais deveriam ser competições longas e estruturadas, disputadas basicamente em 2 fases: na 1ª fase apenas os clubes não inseridos nas Séries A, B e C disputariam a competição, e estariam em jogo vagas para a Série D (outra competição que precisa ser repensada) e Copa do Brasil; já a 2ª fase seria disputada no meio ou mesmo no final da temporada, onde entrariam os clubes das Séries A, B e C (sempre lembrando que essas competições seriam disputadas paralelas aos Estaduais e todas elas em pontos corridos) para decidir o título e a outra vaga na Copa do Brasil.
13- O argumento de que sem os grandes clubes os Estaduais morreriam é facilmente vencível.
14-Primeiro porque pela ideia que expus, os grandes clubes apenas seriam poupados de disputarem maratonas de jogos que muitas vezes não teriam grande valia.
15-Segundo porque caberia a Federação organizadora e aos próprios clubes motivarem o Estadual. Vejamos no caso do RN: Com o ABC e o rival focados nas Séries B e C, sem disputar o Estadual num primeiro momento, em tese já haveria uma motivação natural nos clubes do interior, pois teriam mais chances de ser campeão, porque não encontrariam logo de cara clubes com um maior poder econômico, midiático e técnico pela frente. As rivalidades entre os clubes mossoroenses ganharia uma nova amplitude, o futebol do Seridó poderia ressurgir com o Coríntians, o Caicó e o Potyguar-CN e assim vai. Caberia aos clubes do interior e ao marketing da própria Federação estimular tais rivalidades nas populações locais.
16-Terceiro, com a criação de uma fase final decisiva, envolvendo os clubes inseridos nas Séries A, B e C mais os melhores da 1ª etapa, as arrecadações aumentariam. É o momento ideal para os clubes fazerem caixa com boas bilheterias. Só que para isso é preciso um trabalho monstruoso de marketing por parte da Federação, que teria um papel ainda maior na valorização do Estadual.
17-Outro ponto que precisa ser refletido é a (falta de) estrutura dos clubes potiguares. Cada vez fica patente que não foram Coríntians, Potiguar-M, Baraúnas e ASSU que ganharam estaduais e sim que ABC e o rival abusaram da incompetência e perderam tais competições. Quais desses clubes interioranos deram um salto de qualidade em suas estruturas e obtiveram sua independência perante o Poder Público? A exceção do excepcional desempenho do Baraúnas na Copa do Brasil de 2005, quais desses clubes entraram nas competições nacionais com ambição de irem longe? Por que toda vida que chega a hora de escolher um representante do Estado para a Série D sempre há dificuldades?
18-A esses clubes só restam 2 alternativas: ou humildemente reconhecem que são amadores, que não possuem condições de pagar atletas profissionais, que só dependem da boa vontade do alcaide de plantão para sobreviver e voltam para as suas origens, disputando torneios regionalizados; ou passam a encarar o futebol com maior seriedade, tendo maiores ambições e procurando montar uma estrutura pequena, mas duradoura. O caminho seria montar times com jogadores jovens da região e de baixo custo, sob a tutela da Federação.
19-Por fim reitero: os Estaduais não podem ser extintos, no entanto, a atual estrutura no calendário está tornando-o inviável e prejudicial para todos. Principalmente aqui no RN.
Gustavo Lucena
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