terça-feira, 18 de maio de 2010

Tem que ir abaixo mesmo, e é pra ontem

Olha, demorei muito a me posicionar sobre o tema, mas vendo alguns acontecimentos e algumas opiniões de pessoas públicas e técnicos sobre derrubar ou não o Machadão, me posiciono favorável a derrubada e a construção do Arena das Dunas em seu lugar.

A candidatura de Natal foi totalmente alicerçada em cima da construção de um novo Estádio. Foi isso que convenceu a FIFA a presentear a cidade como uma das sedes, derrotando centros bem mais poderosos em termos políticos como Florianópolis, Goiânia, São Luís e Belém.

Sinceramente, depois de acompanhar todas as notícias ao longo desses 2 anos, analisando os 2 lados e dando o mesmo espaço para ambos, senti mais firmeza no projeto de construção do novo Estádio do que no projeto de mais uma reforma conservadora no Machadão, que só apareceu praticamente aos 49 minutos do 2º tempo.

E o Estádio já era pra ter ido abaixo, pois a FIFA vem vistoriar hoje, mas já há uma enorme pressão e um jogo sujo nos bastidores para tirar a Copa daqui. Se o Machadão já tivesse ido abaixo, dificilmente os velhacos cederiam a tais pressões.

Gente, o Machadão como está não tem reforma que der jeito. É um estádio que não atende as exigências da FIFA para sediar um evento grandioso para a Copa do Mundo. Além disso, o mesmo é totalmente obsoleto. Reformá-lo para a Copa me soa como uma gambiarra, tal qual foi a reforma de 2006-2007.

Além disso, hoje em dia o Estádio de futebol não pode servir somente para os jogos, tem que ser uma Arena multi-uso, um equipamento capaz de gerar receita para o Poder Público. Com certeza o Arena das Dunas poderá inclusive inserir Natal no circuito internacional dos grandes shows.

O argumento de que a demolição será um dano irreparável ao patrimônio público e que a construção do novo Estádio será a senha para a "farra do boi" não cola.

Tem que ser muito ingênuo para crer que com uma reforma conservadora não haverá corrupção. Acho até que o contrário ocorrerá, pois a reforma acarretará num comodismo natural e também a medida em que aparecem rombos, infiltrações e buracos a serem tapados, a verba tende aumentar mais e mais e no final das contas a reforma será superfaturada, com o risco inclusive de ter o mesmo custo da construção de um novo Estádio.

Ao mesmo tempo em que o Machadão estiver indo abaixo, será preciso o Estado fortalecer as instituições. O Ministério Público será obrigado a se reinventar, a Polícia investigativa terá que ser mais eficiente. O Tribunal de Contas do Estado precisará deixar de ser um mero cabide de empregos para apadrinhados políticos e se tornar um órgão mais técnico e incisivo. E será preciso também a constante intervenção do Governo Federal e suas instituições (Polícia Federal, Controladoria, Receita, etc.) para ficar de olho no uso das verbas advindos da União.

Com instituições fortes, a corrupção nas obras pode ser coibida, principalmente quando aquelas forem vultosas.

Em resumo, a demolição se faz necessária porque ao meu ver o Machadão não tem a mínima condição de sediar uma partida de Campeonato Brasileiro, que dirá Copa do Mundo.

Mas paralelamente a isso será preciso haver uma revolução administrativa nas esferas municipal e estadual de forma a controlar com mão-de-ferro o andamento das obras.

Gustavo Lucena
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