domingo, 9 de maio de 2010

Idolo ou atleta profissional?

Muito se falou sobre a eliminação do Corinthians e sobre o pífio desempenho de Ronaldo nos jogos contra o Flamengo. Muita gente com razão criticou o atleta que viram em campo nos dois jogos pela Libertadores, da mesma maneira que muita gente protegeu a historia de um dos maiores atletas dos últimos 15 anos.

Pois bem, lendo a respeito achei esse texto que reproduzirei aqui do jornalista Paulo Vinícius Coelho, publicado na ultima quinta em seu Blog no site da ESPN Brasil. Leiam e percebam a sutileza da relação atleta/ídolo explanada pelo PVC.
 
Ronaldo 30 de junho de 2002 e Ronaldo 09 de maio de 2010.


A afirmação de Ronaldo de que não deve ser tachado como fracasso o desempenho da Libertadores cai por terra na primeira curva. Dos cinco representantes do Brasil, só o Corinthians não vai às quartas-de-final. Mas, de tudo o que Ronaldo disse em sua entrevista coletiva de quinta-feira, o que mais chama a atenção é seu pensamento equivocado sobre os ídolos.

Seu exemplo é Michael Jordan, o maior astro da história do basquete, que abandonou as quadras em 2003. Como parou, ninguém precisa avaliar o que Michael Jordan faz com uma bola nas mãos. Essa avaliação fazia-se quando vestia a camisa do Washington Wizards, em seus últimos dias de craque.

A comparação de Jordan é, por isso, com Pelé. Se Air Jordan é Deus nos Estados Unidos, Pelé é Rei. Ainda que por vezes discuta-se as declarações de sua majestade, Pelé é respeitadíssimo por sua carreira e defendido como o maior jogador de todos os tempos.

Do mesmo modo, ninguém discute o passado de Ronaldo. O maior artilheiro da história das Copas é tratado assim, quando se fala sobre o que fez.

Ocorre que, enquanto ele está em atividade, Ronaldo é também o centroavante do Corinthians. Para ser, precisa jogar como qualquer outro candidato à camisa 9 do Timão.

Maradona foi criticado quando passou pelo Boca Juniors, em 1996, sem conseguir fazer sua equipe disputar o título. Estava gordo e sem mobilidade. Não era sombra do craque extraordinário das páginas dos livros.

Falta de respeito haveria de quem fizesse a biografia de Maradona a partir de seu ocaso.

O mesmo vale para Ronaldo. Quando parar, Ronaldo só ouvirá depoimentos elogiosos à sua carreira.

Enquanto isso não acontecer, será avaliado pelo que é: o centroavante do Corinthians.

Se não quer ter seu futebol avaliado pelo que faz hoje em dia, desculpe, mas é Ronaldo quem está parando a si próprio. 

PS. Não faço ctrl+c ctrl+v, sou contra na verdade, mas é sempre bom ter um texto de ótima qualidade, devidamente creditado.  
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