terça-feira, 28 de outubro de 2008

Quem será o novo mecenas?

É essa pergunta que pulula nas cabeças de muitos torcedores pelo mundo afora, parece que cada vez mais os clubes de futebol estão dependentes de um mecenas para garantir a saúde esportiva e financeira dos clubes. Vários exemplos pipocam dos quatro cantos do mundo, na Inglaterra o Chelsea pertence ao bilionário Russo Roman Abramovich (que enriqueceu à custa do petróleo da União Soviética), Machester United pertence ao bilionário americano Malcolm Glazer (que também é dono do Tampa Bay Buccaneers time de Futebol Americano) e Manchester City que era do ex-primeiro ministro da Tailândia Thaksin Shinawatra e foi vendido para o grupo árabe Abu Dhabi United, além de praticamente toda a liga Inglesa. Na Itália também não é diferente o Milan pertence ao primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi (proprietário do império italiano de mídia Mediaset, além de empresário de comunicações, bancos e entretenimento além de ser o homem mais rico da Itália segundo a Forbes), a Internazionale pertence ao milionário Massimo Moratti (família envolvida no ramo do Petróleo e acionista da Pirelli), Parma pertence à Parmalat (depois da quase quebra da empresa a equipe ficou sem recursos e hoje disputa a Serie B da Itália), além de muitos outros casos.

Quando o clube não é uma S.A. com ações na bolsa como na Inglaterra e na Itália o papel de mecenas fica a cargo do grupo de investidores, grupo que geralmente influencia a vida política dos clubes para tirar proveito financeiro da balburdia criada, são comuns em Portugal principalmente nos três grandes Benfica Porto e Sporting e na Espanha Barcelona, Real Madri e Valência não fogem a regra.

Todos esses casos acima demonstram o capitalismo em sua mais pura essência no esporte, empresários investindo dinheiro de maneira licita ou ilícita visando única e exclusivamente o lucro, alguns lavam dinheiro, outros vinculam a imagem do clube a sua própria visando sucesso político, mas todos visando o lucro.

E no nosso microcosmo?

A realidade local é um pouco diferente onde pequenos empresários fazem pequenos investimentos a fundo perdido, até por não saber como fazer dinheiro dentro do futebol. Quem dá aula no futebol Brasileiro são os empresários de atletas, como gosta de dizer o comentarista Pedro Neto “os caras pagam uma mariola, uma coca-cola e se acham donos dos atletas”, mas é assim mesmo os caras investem pouco para ter o maior lucro possível. Um exemplo é o jogador Lulinha que tem contrato com o Corinthians e com o empresário Vagner Ribeiro, segundo o empresário a meta para o atleta é jogar o Paulistão e o Brasileiro 2009 pelo Corinthians e ser negociado, ou seja, tá tudo no esquema mesmo que Lulinha ainda tenha 18 anos e não tenha explodido vestindo a camisa do Corinthians.

É hora do dirigente de clubes Brasileiros acordarem para o fato que o futebol no mundo deixou de ser emocional para ser racional, quem trata o futebol como negocio e não como emoção está levando vantagem sobre os outros, vide o exemplo do São Paulo que está rumando para um tricampeonato Brasileiro.

Contratar jogadores rodados é prejuízo na certa o investimento certo é nas categorias de base, mas também não adianta investir sem que haja um contrato bem amarrado entra o clube e a promessa, também não dá para o clube fazer contrato de longo prazo com jogadores que ainda estão em formação, por isso a necessidade de investimentos na base também passa pela contratação de bons profissionais que formarão esses atletas que no futuro darão lucro ao clube.

O que realmente preocupa é a duvida, será que nossos clubes conseguiriam sobreviver sem um mecenas?

"Mecenas (Caius Maecenas) foi um cidadão romano da época imperial., estadista e patrono das letras. Administrou a fortuna da sua família que era rica (entre 74 a.C. e 64 a.C.) e foi um conselheiro hábil e de confiança de César Octaviano (Augustus). Este Imperador fez-se muitas vezes representar por Maecenas como seu tribuno, orador, patrono e amigo pessoal para várias missões políticas.
Hoje em dia um mecenas é uma pessoa que patrocina as artes, a ciência ou o ensino, muitas vezes com benefícios fiscais." Fonte: Wikipedia

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2 comentários:

Saulo disse...

Excelente post Diego.
Olha, muitos clubes brasileiros estão financeiramente ruim por causa de péssimas administrações. É pouca competência desses dirigentes que não querem o bem para o seu clube e sim pra eles próprios. Eu sei que não é fácil pegar um clube de futebol e saber administrar isso, mas é preciso trabalhar muito sério, ser profissional.

Daniel Reiner disse...

Bem...mecena que se preze,como dizia minha avó, não dá ponto sem nó(até rimou,oh). No fim da década passada vários deles resolveram se aportar por aqui,lembra? Grêmio,Vasco,Cruzeiro e Corínthians conseguiram ótimos investidores mas a falta de organização,competência e responsabilidade de nossos cartolas espantou logo os donos da grana.
Eu acredito até que tenha muita gente afim de jogar dinheiro por aqui mesmo sob essas condiçõescomo o exemplo da MSI no Corínthians; afinal prá lavagem de dinheiro o futebol é o meio ideal. Na Inglaterra deixam...preferem um bom desempenho da economia do que alguns valores morais e legais.

Na falta de um e de outro,o ideal é uma diretoria competente,profissional como tem alguns pouquissimos clubes no Brasil. Mas isso ainda não é suficiente.
Ser profissional,competente,saber valorizar a mercadoria que tem,significa vendê-la...e muitas vezes durante o andamento de um campeonato.

Ou seja, o clube mal administrado não conquista um mecena e não vende jogadores.Um clube bem administrado,pode conquistar um mecena que exige lucros. Como lucrar? Vendendo jogadores outros mercados. Assim o nível técnico do nosso futebol torna-se cada dia pior.

Um ciclo vicioso,chato mas necessário.

Forte abraço!