Ontem eu senti uma sensação estranha. Em jogos decisivos como o de ontem, sempre fico tenso, porém hoje eu senti uma imensa tristeza antes de começar o jogo. E mesmo com o excelente público (10 mil presentes), mesmo com a presença de alguns torcedores mais humildes, ainda assim estava muito triste e disperso.
Ando triste e disperso porque sinto falta de algo nessa temporada que foi tão importante para o nosso sucesso em 2007: A simplicidade.
Depois do acesso, muitos ABCdistas começaram a se acharem o máximo. A Diretoria se acha a senhora da razão, se sente no direito de cometer as maiores arbitrariedades contra o Torcedor e contra a imprensa. Muitos Diretores e Conselheiros querem usar a marca ABC para promoção pessoal ou para menosprezar os torcedores que não detém esse status.
Os bajuladores por sua vez se acham no direito de reprimir qualquer crítica construtiva ou opinião divergente sobre o que acontece no ABC.
Falta a simplicidade do torcedor mais humilde presente ao estádio (o jogo de hoje até que teve uns torcedores mais simples, porém a maioria esmagadora era de pessoas com poder aquisitivo privilegiado). O preço do ingresso é demasiadamente caro para o futebol que vem sendo apresentado. E não se pode mais exigir sacrifícios do torcedor menos privilegiado. Sem falar no fato de que atualmente ele, seja associado ou não é pra lá de desvalorizado, colocado em segundo plano em nome do capitalismo selvagem que tomou conta das mentes dos que comandam o clube.
Falta a simplicidade da cumplicidade do torcedor com o jogador. Os atletas aliás, não tem tanta culpa porque são alguns Diretores que tentam segregá-los da torcida. Já se tentou chegar junto dos atletas para apoiá-los a dar a volta por cima e um Diretor que se acha dono do clube barrou dizendo que iríamos tumultuar o ambiente do clube. Taí o reflexo dessa falta de diálogo.
Falta a simplicidade de escalar jogadores nascidos aqui e que conhecem o valor de se jogar pelo ABC. O time titular não tem nenhum jogador nascido aqui, nenhum atleta formado nas bases do clube (aliás, as categorias de base só servem de embuste?). Nada contra o ABC contratar jogadores de fora, principalmente porque ontem foi descoberto que o craque do momento é o bom mineiro Bosco. Coincidência ou não é o jogador que mais pede apoio da torcida. Porém tem que mesclar os da casa com os de fora. Se os atletas de fora trazem experiência, os atletas da casa mostram como é a responsabilidade de defender um clube com uma torcida tão exigente como é a Frasqueira. O time do ano passado só chegou aonde chegou porque tinha Wallyson, Nego, Rogerinho, Ivan, Marciano, Fábio Silva e Fabiano em sintonia fina com Ben-Hur, Petrolina, Adelmo, Ranieri, Éder Richadtz e Jean PB. Simples assim essa mistura.
Falta simplicidade para se buscar uma harmonia maior entre os torcedores. Aqui mesmo no orkut se faz necessária uma lavagem de roupa suja entre aqueles torcedores mais participantes. A gente tá brigando muito, e o desgaste é visível. Ninguém aqui é mais ABCdista que ninguém. Vamos se livrar desse complexo de Super-ABCdista que tá fazendo muito mal. Isso não existia na Série C não. Vamos deixar de repreender o irmão ABCdista só porque ele tem a opção própria (e a coragem) de assumir que torce também para um 2º time do Eixo RJ-SP. A maioria aqui, principalmente os que nasceram/viveram nos Anos 80, foi levado pelo monopólio da Globo a torcer para os times do Centro-Sul, pois os times daqui já estavam limitados ao Estadual e jogavam em média 6 meses e depois desativavam suas atividades ou se escondiam numa Série B ou C muito mal divulgada.
É preciso fazer mudanças, porém o primordial é resgatar a simplicidade perdida. É preciso expulsar da face da Terra alguns que se dizem bajuladores, Conselheiros e Diretores do ABC, mas que na verdade só querem a marca do clube para se amostrarem ou se auto-promoverem.
É preciso deixar de lado esses mimos advindos da imprensa sulista de que o ABC é a 8ª Maravilha do Mundo, esses paparicos – raras exceções – são mais falsos que nota de 4 reais. Ninguém é burro o suficiente para saber que esses caras querem a caveira do ABC.
É imperioso que a gente se preocupe muito mais com nosso umbigo, esqueçamos o que se passa na casa do nosso adversário local e nos preocupemos mais com nós mesmos.
Até mesmo na hora de cantar músicas de apoio, precisamos ser simples. Queria que fosse ouvido novamente aquelas músicas que mimavam minha infância/juventude nos tempos de Machadão e Palácio dos Esportes: “A-B-C!Tum!Tum!Tum!”, “Oooo, Oooo, Oooo ABC!”, “BeCê, Becê”, etc. Assim como queria ouvir os hits que embalaram a Série C: “Vamos Subir BC!”, “Vou aonde vc for, só pra ver vc jogar”. Não precisamos inventar novos gritos longos e prolixos, precisamos ser simples. Enfim não precisamos ser modernos demais não. Cantar o hino do ABC batendo palmas é capaz de colocar um estádio inteiro em êxtase. Ontem mesmo no jogo, pude perceber que as novas músicas não colavam, mas os clássicos eram cantados nos Módulos 2 e 3.
Enfim, o que vem sendo visto até o jogo de ontem não pode acontecer mais, tem que dar um basta a essa arrogância que tomou conta de nós. Definitivamente, o ABC dessa Série B não vê sendo o meu ABC, o ABC que é o meu vício, a minha droga, a minha vida.
Não adianta trazer reforços de nome internacional. Não adianta vir Zico ou Romário (me recuso a usar como referencial os atuais craques, verdadeiros bonecos de PlayStation). Enquanto o ABC não repatriar a simplicidade que lhe é peculiar, tudo ficará como está.
Por Gustavo Lucena.
Ando triste e disperso porque sinto falta de algo nessa temporada que foi tão importante para o nosso sucesso em 2007: A simplicidade.
Depois do acesso, muitos ABCdistas começaram a se acharem o máximo. A Diretoria se acha a senhora da razão, se sente no direito de cometer as maiores arbitrariedades contra o Torcedor e contra a imprensa. Muitos Diretores e Conselheiros querem usar a marca ABC para promoção pessoal ou para menosprezar os torcedores que não detém esse status.
Os bajuladores por sua vez se acham no direito de reprimir qualquer crítica construtiva ou opinião divergente sobre o que acontece no ABC.
Falta a simplicidade do torcedor mais humilde presente ao estádio (o jogo de hoje até que teve uns torcedores mais simples, porém a maioria esmagadora era de pessoas com poder aquisitivo privilegiado). O preço do ingresso é demasiadamente caro para o futebol que vem sendo apresentado. E não se pode mais exigir sacrifícios do torcedor menos privilegiado. Sem falar no fato de que atualmente ele, seja associado ou não é pra lá de desvalorizado, colocado em segundo plano em nome do capitalismo selvagem que tomou conta das mentes dos que comandam o clube.
Falta a simplicidade da cumplicidade do torcedor com o jogador. Os atletas aliás, não tem tanta culpa porque são alguns Diretores que tentam segregá-los da torcida. Já se tentou chegar junto dos atletas para apoiá-los a dar a volta por cima e um Diretor que se acha dono do clube barrou dizendo que iríamos tumultuar o ambiente do clube. Taí o reflexo dessa falta de diálogo.
Falta a simplicidade de escalar jogadores nascidos aqui e que conhecem o valor de se jogar pelo ABC. O time titular não tem nenhum jogador nascido aqui, nenhum atleta formado nas bases do clube (aliás, as categorias de base só servem de embuste?). Nada contra o ABC contratar jogadores de fora, principalmente porque ontem foi descoberto que o craque do momento é o bom mineiro Bosco. Coincidência ou não é o jogador que mais pede apoio da torcida. Porém tem que mesclar os da casa com os de fora. Se os atletas de fora trazem experiência, os atletas da casa mostram como é a responsabilidade de defender um clube com uma torcida tão exigente como é a Frasqueira. O time do ano passado só chegou aonde chegou porque tinha Wallyson, Nego, Rogerinho, Ivan, Marciano, Fábio Silva e Fabiano em sintonia fina com Ben-Hur, Petrolina, Adelmo, Ranieri, Éder Richadtz e Jean PB. Simples assim essa mistura.
Falta simplicidade para se buscar uma harmonia maior entre os torcedores. Aqui mesmo no orkut se faz necessária uma lavagem de roupa suja entre aqueles torcedores mais participantes. A gente tá brigando muito, e o desgaste é visível. Ninguém aqui é mais ABCdista que ninguém. Vamos se livrar desse complexo de Super-ABCdista que tá fazendo muito mal. Isso não existia na Série C não. Vamos deixar de repreender o irmão ABCdista só porque ele tem a opção própria (e a coragem) de assumir que torce também para um 2º time do Eixo RJ-SP. A maioria aqui, principalmente os que nasceram/viveram nos Anos 80, foi levado pelo monopólio da Globo a torcer para os times do Centro-Sul, pois os times daqui já estavam limitados ao Estadual e jogavam em média 6 meses e depois desativavam suas atividades ou se escondiam numa Série B ou C muito mal divulgada.
É preciso fazer mudanças, porém o primordial é resgatar a simplicidade perdida. É preciso expulsar da face da Terra alguns que se dizem bajuladores, Conselheiros e Diretores do ABC, mas que na verdade só querem a marca do clube para se amostrarem ou se auto-promoverem.
É preciso deixar de lado esses mimos advindos da imprensa sulista de que o ABC é a 8ª Maravilha do Mundo, esses paparicos – raras exceções – são mais falsos que nota de 4 reais. Ninguém é burro o suficiente para saber que esses caras querem a caveira do ABC.
É imperioso que a gente se preocupe muito mais com nosso umbigo, esqueçamos o que se passa na casa do nosso adversário local e nos preocupemos mais com nós mesmos.
Até mesmo na hora de cantar músicas de apoio, precisamos ser simples. Queria que fosse ouvido novamente aquelas músicas que mimavam minha infância/juventude nos tempos de Machadão e Palácio dos Esportes: “A-B-C!Tum!Tum!Tum!”, “Oooo, Oooo, Oooo ABC!”, “BeCê, Becê”, etc. Assim como queria ouvir os hits que embalaram a Série C: “Vamos Subir BC!”, “Vou aonde vc for, só pra ver vc jogar”. Não precisamos inventar novos gritos longos e prolixos, precisamos ser simples. Enfim não precisamos ser modernos demais não. Cantar o hino do ABC batendo palmas é capaz de colocar um estádio inteiro em êxtase. Ontem mesmo no jogo, pude perceber que as novas músicas não colavam, mas os clássicos eram cantados nos Módulos 2 e 3.
Enfim, o que vem sendo visto até o jogo de ontem não pode acontecer mais, tem que dar um basta a essa arrogância que tomou conta de nós. Definitivamente, o ABC dessa Série B não vê sendo o meu ABC, o ABC que é o meu vício, a minha droga, a minha vida.
Não adianta trazer reforços de nome internacional. Não adianta vir Zico ou Romário (me recuso a usar como referencial os atuais craques, verdadeiros bonecos de PlayStation). Enquanto o ABC não repatriar a simplicidade que lhe é peculiar, tudo ficará como está.
Por Gustavo Lucena.
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